A BR-262 é uma das principais rodovias federais do Brasil, atravessando o País de leste a oeste e ligando Vitória (ES) a Corumbá (MS). Sua importância para o transporte de pessoas e mercadorias é inquestionável, sendo uma via essencial para o desenvolvimento econômico das regiões por onde passa.

Para os moradores de Campos Altos, a BR-262 representa a principal conexão com Belo Horizonte e Uberaba, dois importantes centros urbanos de Minas Gerais. Ao longo da minha vida, sempre tive uma relação próxima com essa rodovia. Nascido e criado em Belo Horizonte, viajava constantemente para Araxá para visitar minha avó materna e passava momentos inesquecíveis na zona rural de Ibiá. Com minha aprovação em concurso público e o início da minha atividade profissional em Campos Altos, em 2007, essa estrada tornou-se ainda mais presente em minha rotina.

Infelizmente, a BR-262 é conhecida por seu alto índice de acidentes. Muitos perderam a vida nela, incluindo vários parentes meus. A periculosidade da rodovia sempre motivou reivindicações por melhorias, especialmente pela tão aguardada duplicação. No entanto, durante décadas, essas demandas foram ignoradas sob o argumento de que o uso gratuito da estrada justificava a falta de investimentos.

Esse discurso, no entanto, serviu de base para a privatização da rodovia. Em junho de 2015, o Governo Federal concedeu a gestão da BR-262 à empresa Triunfo Concebra, passando a cobrar pedágio dos motoristas com a promessa de melhorias e da tão esperada duplicação. No entanto, a realidade não correspondeu às expectativas: as condições da rodovia permaneceram as mesmas de quando a gestão era pública, mas agora com o acréscimo da obrigatoriedade do pagamento do pedágio.

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Quem não se lembra do trecho no Km 548, onde por meses enfrentamos um desrespeitoso pare-e-siga devido a um estreitamento de pista? A empresa não cumpriu o que se esperava. O descumprimento de contrato é motivo para responsabilização, salvo em situações extraordinárias. Espero que o Poder Público esteja atento às implicações jurídicas desses quase 10 anos de frustração para os cidadãos.

Nesta semana, a concessão da BR-262 foi transferida para uma nova empresa, a Way-262, que promete finalmente entregar as melhorias necessárias. No entanto, essa esperança vem acompanhada de um aumento significativo nos custos para os motoristas: o valor do pedágio subiu cerca de 30% e há previsão de construção de novas praças de cobrança. A promessa é que, agora sim, as obras serão realizadas. Já se fala em duplicação do trecho de 44 Km entre Nova Serrana e Bom Despacho.

Mais uma vez, os cidadãos renovam suas esperanças de que as tão urgentes transformações aconteçam. Será que agora vai?

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